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De acordo com os pesquisadores, a heparina pode auxiliar na redução de lesões e amputações, além de oferecer um tratamento mais acessível.
Uma pesquisa da Universidade de Sydney, na Austrália, descobriu que um anticoagulante comumente utilizado na medicina pode ser utilizado como antídoto para picadas da cobra naja. A descoberta foi publicada no “Science Translational Medicine”.
De acordo com os pesquisadores, a heparina pode auxiliar na redução de lesões e amputações, além de oferecer um tratamento mais acessível.
“Nossa descoberta poderia reduzir drasticamente os terríveis ferimentos causados pela necrose causada por picadas de cobra naja – e também poderia retardar o veneno, o que pode melhorar as taxas de sobrevivência”, disse Greg Neely, autor correspondente do estudo e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Sydney.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 4 e 5,5 milhões de pessoas são picadas por cobras todos os anos no mundo. Destas, entre 81 mil e 138 mil morrer por complicações do envenenamento.
No Brasil, os antídotos são produzidos pelo Instituto Butantan. Esses soros são usados para neutralizar os efeitos das picadas de serpentes venenosas. Cada soro é específico para o gênero de serpente e é produzido a partir do seu veneno. Como najas não são nativas do Brasil, o soro não é fabricado no país.
No mundo resto do mundo najas matam milhares de pessoas por ano e cerca de 100 mil sofrem ferimentos graves causados pela necrose provocada pelo veneno, o que pode levar à amputação.
A pesquisa utilizou uma ferramenta que consegue identificar genes humanos essenciais para a ação do veneno de cobras, focando em enzimas necessárias para a produção de heparina. Com isso, os pesquisadores conseguiram adaptar a heparina e moléculas relacionadas como um antídoto para evitar necrose causada pelas picadas.
“Nossas descobertas são animadoras porque os antivenenos atuais são amplamente ineficazes contra envenenamentos locais graves, que envolvem inchaço doloroso e progressivo, bolhas e/ou necrose tecidual ao redor do local da picada”, disse Nicholas Casewell, chefe do Centro de Pesquisa e Intervenções sobre Picadas de Cobra da Escola de Medicina Tropical de Liverpool.
FONTE: JORNAL OPÇÃO
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