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A 77ª Assembleia Mundial da Saúde, organizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aprovou uma resolução reconhecendo as mudanças climáticas como uma ameaça iminente à saúde global. O evento ocorreu em Genebra, Suíça, desde 27 de maio e terminou no sábado, 1º de junho, com o tema “Todos pela saúde. Saúde para todos”.
O documento, apoiado pela maioria dos Estados-membros, destaca a necessidade urgente de medidas para enfrentar as ameaças existenciais causadas pelas mudanças climáticas. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não pôde comparecer presencialmente à assembleia devido à sua dedicação às ações de assistência à população do Rio Grande do Sul, afetada por uma catástrofe climática desde o início de maio.
“Infelizmente, outra evidência convincente do impacto das alterações climáticas na saúde. A propósito, os últimos anos nos ensinaram pelo menos duas lições repetidas vezes. Uma delas é a centralidade da saúde nos assuntos internacionais. As alterações climáticas, por exemplo, resultam em impactos graves na saúde”, afirmou a ministra, em mensagem enviada à assembleia.
No último dia da assembleia, 1º, foi aprovada a resolução histórica que concedeu à Palestina o status de observador na OMS, o que permite ao país participar e debater as decisões relacionadas à saúde mundial. Outra resolução importante, aprovada em 29 de maio, tratou do aumento da disponibilidade, acesso ético e supervisão de transplantes de células, tecidos e órgãos humanos.
Segundo dados do Observatório Global sobre Doação e Transplantes, mais de 150 mil transplantes são realizados anualmente no mundo, mas esse número ainda é insuficiente. Há também grandes diferenças na abordagem do tema entre os países. A resolução visa estabelecer sistemas adequados, infraestrutura e financiamento para evitar práticas como “turismo de transplantes e tráfico de órgãos”.
Pandemia
Os governos reunidos em Genebra também avançaram nas discussões sobre o Tratado Multilateral sobre Pandemias, com o objetivo de aumentar a capacidade mundial de prevenir e responder a futuras pandemias. A assembleia reconheceu os progressos dos últimos dois anos e definiu a continuidade dos trabalhos, alinhando calendário, formato e processo para concluir o acordo.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), Carlos Gadelha, que representou o Brasil, destacou a importância de maior cooperação tecnológica.
“A posição brasileira é tentar, ao máximo, que se obtenha um consenso que garanta os direitos aos frutos do desenvolvimento e da inovação para aqueles países que, afinal de contas, contribuem com a inovação, por exemplo, com a sua biodiversidade”, salientou.
Apoio ao RS
Na ocasião, Gadelha também destacou as ações do Ministério da Saúde para apoiar a população do Rio Grande do Sul. “O Ministério da Saúde está dando alta prioridade à situação, mostrando todo o compromisso com a vida e com a mitigação do drama. Mas o que eu quero dizer é que o que ocorreu no Rio Grande do Sul coloca em grande destaque a relação entre saúde, mudança climática e um padrão de inovação tecnológica”, compartilhou.
Gadelha sublinhou a resolução aprovada durante a assembleia que abriu espaço para a participação da sociedade civil nas decisões da OMS. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), garantido pela Constituição de 1988, foi destacado pelo governo como um exemplo de participação da sociedade civil e uma referência mundial na formulação de políticas de saúde.
O Conselho Nacional de Saúde (CNS), parte da delegação brasileira, participou de diversas atividades e promoveu um ato público na Praça das Nações, em Genebra, em memória às vítimas da Covid-19, quando foi pedido responsabilização dos autores de violações de direitos. Ao todo, a pandemia deixou 700 mil mortes no país, além de muitos órfãos e pessoas com sequelas da doença.
FONTE: JORNAL OPÇÃO