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Já imaginou ter que voltar para casa de bicicleta num mundo como este da foto? E que mundo é este? Nosso! Enfim, o de Albert Hofman, pesquisador e cientista suíço. Feliz de passar bem longe dos terríveis combates da segunda guerra, que já virou mundial neste ano de 1943.
Sua preocupação é nobre: ajudar a descobrir algo que possa diminuir as hemorragias pós-parto, que ainda vítimam muitas mulheres. Ele estuda as particularidades de um fungo, proveniente do sorgo, um cereal bastante comum na Europa. Nesta fim de tarde de sexta-feira, em Basiléia, Albert está compulsando suas notas de laboratório dos anos precedentes.
De repente, ele para numa página de 1938, onde estão as anotações dos resultados de varias combinações com o ácido lisérgico. Um em particular, o 25º, a última lâmina de testes com a Dietilamina, traz lembranças de agitação nos animais nas quais foi testada.
Intuição? Iluminação de fim de expediente numa primavera ainda fria? Quando ele reproduz a junção e passa um pouco do resultado em seu próprio braço, o efeito é imediato: tontura, visão desfocada e logo, alucinações. Como bom cientista, ele registra suas impressões. Formas grotescas, cores, muitas cores.
Como Albert mora perto do laboratório, ele veio de bicicleta. E a viagem de volta “promete”. O pesquisador é tão consciente apesar do efeito da droga que ele pede à secretária lhe acompanhar, também de bicicleta, para descrever o comportamento do doutor.
O que Hofman acaba de descobrir será a partir de então chamado por ele próprio de seu “filho problemático”, a Dietilamida do Acido Lisérgico, LSD na sigla em inglês. Problemático, e controverso. Seu uso (sem abuso) será defendido, em certas circunstâncias, por seu pai até o fim da vida. Que foi longa: morreu aos 102 anos.